Mesmo entre os que não são aficionados por carros, a maioria sabe que a Audi é a marca de luxo da Volkswagen. Porém, poucos sabem que o “carro do povo” também têm parentesco com Porsche e Lamborghini. Que o VW Touareg e o Porsche Cayenne utilizam a mesma plataforma e o Audi R8 e a Lamborghini Gallardo, o mesmo motor.

Entre os modelos do grupo, muitos possuem plataforma e mecânica idênticas, sendo distintos apenas a carroceria e acabamento, a exemplo do VW Jetta e Audi A4, ou VW Tiguan e Audi Q3. A grande diferença de preços repousa apenas no acabamento mais esmerado e alguns equipamentos extras, lembrando que a versão mais completa do modelo “de volume” custa mais que seu irmão premium “básico”.

VW Tiguan e Audi Q3: mesma plataforma e mecânica

Além desse parentesco famoso entre Volkswagen e Audi, existem dezenas deles em outros grupos automotivos. Muitos modelos e marcas citados nesta matéria não são comercializadas no Brasil e, portanto, desconhecidos do grande público. É possível encontrar alguns veículos destes fabricantes importados de maneira independente. Pessoas que moraram ou viajam frequentemente ao exterior podem conhecê-los.

Abaixo, algumas marcas premium “irmãs” de outras generalistas, que a maioria das pessoas não sabe que são do mesmo grupo:

CADILLAC E CHEVROLET

Quando se fala da marca Cadillac, a maioria dos brasileiros recorda dos modelos “rabo-de-peixe” dos anos 50 e 60, e desconhece os modelos zero quilômetro, os quais competem de igual para igual com as marca de luxo alemãs e japonesas no mercado norte-americano com bastante sucesso. Ao falar em modelos premium, o consumidor ianque sempre lembrará de Cadillac e Lincoln, especialmente os mais velhos. De fato, os modelos se mostram luxuosos, equipados, potentes e requintados como os alemães, e sua linha de SUV´s ganha dos rivais.

Veja a linha atual da Cadillac em www.cadillac.com.

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LINCOLN E FORD

Assim como sua arquirrival Cadillac fabrica as versões sofisticadas dos Chevrolet, a Lincoln é a marca de luxo da Ford, levando ao segmento a velha rixa das marcas norte-americanas. Com design mais conservador, os modelos fazem sucesso entre os consumidores mais tradicionais, os quais não abrem mão do conforto e dirigibilidade característicos das marcas daquele país. Apesar de não serem vendidos fora dos Estados Unidos, entregam muito luxo e conforto.

ACURA E HONDA

Com o forte crescimento das marcas japonesas e seus planos de competir globalmente, a Honda criou sua marca de Luxo, a Acura, no final dos anos 80. Sem grandes alterações mecânicas em relação aos confiáveis Honda, os modelos conquistam relativo sucesso nos EUA. No mercado asiático, as vendas se mostraram mais expressivas e a marca de luxo do maior fabricante de motocicletas do mundo emplacou, se transformando em mais um negócio de sucesso do grupo.

INFINITI E NISSAN

A montadora japonesa Nissan possui participação pouco expressiva no mercado brasileiro, o qual priorizou sua irmã francesa, a Renault. Ambas pertencem ao mesmo grupo. Por outro lado, sua participação no mercado norte-americano se mostra robusta, inclusive derrotando a Honda na terra do Tio Sam.

Assim, sua marca de luxo, a Infiniti, tem razoável prestígio com seus modelos de design arrojado e até extravagante. Seus modelos não são importados oficialmente para o Brasil, mas algumas dezenas de unidades do SUV FX35 foram trazidas por conta de uma novela da Globo, cuja vilã circulava com um utilitário da marca.

Assim como a Cadillac, Lincoln e Acura, não há interesse do Grupo Nissan-Renault em vender os modelos da Infiniti oficialmente no Brasil.

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LEXUS E TOYOTA

A marca Toyota luta com a Volkswagen pela liderança mundial de vendas de veículos, com ligeira vantagem para a japonesa. Por outro lado, a Lexus, sua marca premium, não se mostra priorizada pelo grupo para uma expansão mais forte, com o objetivo de concorrer com os alemães, a exemplo do que ocorre (mais uma vez) no mercado norte-americano, onde obteve grande sucesso.

Na prática, a Lexus é a única marca de luxo que possui condições de competir com as alemãs, com os trunfos de sua excepcional confiabilidade e opções de mecânica híbrida. Seus pontos fracos residem no número reduzido de modelos na linha e mecânica a combustão sem uso de turbo. Suas rivais japonesas conquistam mercado nos nichos onde ela deixa lacunas.

A Lexus entrega produtos excelentes, muito modernos, de design arrojado e seu diferencial consiste na mecânica híbrida, em estágio incipiente nos alemães até o momento. Têm tudo para concorrer em pé de igualdade com o trio de ferro alemão. Os carros da marca são vendidos oficialmente no Brasil, mas com pouquíssimas concessionárias abertas, apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro, e os preços estão muito acima dos praticados pelas rivais, já bastante proibitivos.

O resultado consiste em vendas pífias e falta de interesse da Toyota em promovê-los. Faça um teste: pergunte a algum parente ou amigo seu, que não seja grande conhecedor de carros, se ele conhece a marca Lexus.

BMW E MINI

Neste caso, ocorre o inverso dos casos acima. Com o objetivo de vender modelos mais acessíveis, separando dos tradicionais modelos de luxo, a BMW comprou a marca britânica Mini para comercializar seus modelos de entrada. Apesar de ser considerada marca premium no Brasil e de nicho nos EUA, seus modelos competem com marcas como Volkswagen, Opel, Ford, dentre outras, nos mercados europeus.

Os modelos Mini obtiveram grande sucesso devido ao design vintage, o qual remete aos modelos ingleses dos anos 60 e 70, e ao ótimo desempenho.

MERCEDES-BENZ E SMART

A Mercedes-Benz se antecipou à sua rival alemã BMW e criou a marca smart (minúsculo mesmo) para comercializar seus modelos de entrada, o fortwo e forfour. Nas ruas estreitas da Europa, como carro urbano, e como veículos para pequenas entregas como pizza e documentos, o modelo fortwo obteve grande sucesso devido ao preço acessível e baixíssimo custo de manutenção e consumo de combustível, se tornando um ótimo modelo para trabalho.

No Brasil, é apresentado como marca premium, a exemplo da rival Mini, mas obteve menos sucesso que a concorrente por oferecer apenas o modelo de dois lugares, o qual é visto como um brinquedo para ricos, pois custa o valor de um sedan médio como Toyota Corolla ou Ford Focus Fastback.

Muitas marcas que a maioria das pessoas acredita não ter nenhuma relação com outras são da mesma empresa, compartilham plataformas, componentes e motores. Outras são totalmente desconhecidas dos brasileiros, os quais lamentam que modelos tão bacanas não possam ser vendidos por aqui. Por fim, lamentamos que outras marcam presença tímida por aqui, sem explorar todo o potencial de nosso mercado.

O mercado automotivo está concentrado na mão de poucos grupos, e neste post pudemos conhecer algumas “primas ricas” de nossas marcas mais vendidas. Cada marca tem a sua própria Audi.