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Comparativos de revistas automotivas: devemos acreditar neles?

As bancas e a internet concentram milhares de publicações, sites e blogs sobre o mundo dos carros, dos quais os representantes mais conhecidos são as revistas Quatro Rodas, Autoesporte, Car and Driver e o Jornal do Carro, WebMotors, Motor1, para citar os mais conhecidos.

Um tipo de matéria com grande popularidade é o comparativo entre os modelos, geralmente de mesma categoria ou faixa de preço. Via de regra, os jornalistas gostam, possuem ótimos conhecimentos automotivos e acumulam vasta experiência.

A pergunta central deste artigo é: mesmo com toda sua dedicação e conhecimento, devemos levar a ferro e fogo tudo que estes profissionais escrevem?

CONFLITO DE VISÕES: LEIGO X ESPECIALISTA

Para fazer uma avaliação justa, devemos compreender em quais aspectos os jornalistas especializados diferem do motorista comum. Em primeiro lugar, a maioria esmagadora acompanha o universo automotivo desde crianças, acumulando grande conhecimento sobre o assunto. Muitos são oriundos da indústria e comércio de veículos, tendo construído suas carreiras no setor.

Devido à atividade profissional, tiveram a oportunidade de dirigir todo tipo de veículo, desde Gordini até Ferrari, adquirindo ampla sensibilidade e experiência. Sem dúvida, possuem uma visão diferenciada sobre o tema e têm muito a ensinar ao consumidor automotivo comum, devido à sua expertise ao volante de todos os tipos de veículos existentes.

PONTOS POSITIVOS

No caso dos comparativos, os modelos que participam costumam ter características parecidas, dificultando a avaliação pelo motorista leigo. Nesta hora, a opinião do especialista auxilia bastante o entendimento e o conhecimento de pormenores de cada modelo, como facilidade de manutenção, consumo de combustível, atendimento nas concessionárias ou preço do seguro, para citar alguns exemplos, podem levar a melhores escolhas para a maioria dos motoristas.

A opinião dos críticos automotivos se mostra importante e pode levar marcas e modelos a grande sucesso ou enterrá-los de vez. Por isso, os fabricantes mantém equipes numerosas as quais mantêm relações constantes com as publicações.

Quando uma montadora lança ou atualiza um modelo, a mídia automotiva corre para fazer comparativos deste veículo com a concorrência. Quando o fabricante entrega um bom produto, costuma liderar os rankings das publicações mais famosas. Eles causam grande influência no marketing e, consequentemente, nas vendas e na mente dos consumidores. Uma má avaliação gera o efeito contrário e não menos importante.

PONTOS DE ATENÇÃO

Por outro lado, não existem apenas pontos positivos dos comparativos. Muitos jornalistas se deixam levar pelas suas paixões pessoais, pois todos que dirigem e acompanham o mundo automotivo preferem certas marcas e modelos, ao mesmo tempo rejeitando outras.

Quando atuam ou já atuaram na indústria e comércio, têm sua opinião influenciada pelo trabalho, sofrendo influência da atividade profissional – tanto para o lado positivo como para o negativo. Em síntese, comparativos guardam um forte viés opinativo, e os redatores e/ou publicações não primam pela imparcialidade, podendo gerar resultados tendenciosos. Cabe ao leitor exercitar sua capacidade crítica conhecendo os veículos ao vivo e a cores.

Outro ponto fraco das matérias comparativa reside no fato de que os critérios de avaliação costumam ser arbitrários e desconsideram as individualidades de cada motorista, levando a avaliações nas quais os vencedores não seriam os mais recomendados para certos perfis.

Assim, o leitor não deve basear sua decisão de compra em resultados de comparativos, pois as necessidades e gostos pessoais não podem ser testados por uma revista, jornal ou blog. Eles se mostram válidos como referência, mas a escolha final nunca dispensa uma pesquisa individual profunda, levantamento de custos e diversas visitas a concessionárias e lojas, fazendo test drives em todos os veículos a avaliar.

CONCLUSÃO

Matérias jornalísticas e comparativos consistem em valiosas ferramentas para orientação e material de pesquisa, mas não devem ser as únicas fontes de informação ao escolher um novo carro. Algumas vezes, eles denotam apenas a opinião pessoal de um jornalista, com visão parcial. Ou não refletem as preferências individuais daquele consumidor.

Conteúdo de publicações especializadas podem, sem dúvida, ser ótimos auxiliares na formação de opinião sobre automóveis. Porém, não substituem a conversa com especialistas, visitas a concessionárias, test drives, avaliações presenciais e as preferências pessoais.  Muita pesquisa e o contato pessoal com o veículo, in loco, sempre serão essenciais e indispensáveis para o processo de aquisição bem executado.

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