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Taxa zero: a maior ilusão criada pelos bancos para enganar o consumidor

Faz um certo tempo que vemos as montadoras anunciarem o financiamento de veículos com “taxa zero” ou “juro zero”. Não caia nessa pegadinha! Mas antes de criticar o modelo, vamos analisar como ele funciona.

De fato, não existe financiamento sem juros. Quase todos cobram a TAC (Taxa de Abertura de Crédito), ou assemelhadas. Tais tarifas são cobranças de juros escondidas, na verdade, pois quando alguma parcela é antecipada, o cliente recebe desconto, da mesma forma que os empréstimos tradicionais. Portanto, há cobrança de juros sim. Vale lembrar que também é cobrado o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Outros encargos podem ser cobrados, por isso fique atento à leitura do contrato.

Por outro lado, vale a pena analisar com cuidado os empréstimos chamados de “taxa zero”, pois eles podem ser vantajosos, especialmente aqueles que exigem 50% ou mais de entrada. Para saber se compensa, pergunte ao vendedor qual o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento.

O CET é calculado pela soma de todos os valores das despesas financeiras embutidas no valor a ser financiado. Frequentemente, encontramos empréstimos “juro zero” com CET de 0,30% a 0,40% ao mês. Considerando que a poupança rende entre 0,50% a 0,60% ao mês, financiar pode valer a pena. Vale lembrar que a maioria das concessões de crédito nesta modalidade exige entrada de pelo menos 50%.

Isso posto, vou detalhar alguns cases de compra de veículo:

  1. O cliente não tem os 50% para dar de entrada: então será feito um financiamento tradicional, com taxas de 0,49% ao mês até 6% ao mês para carros usados em financeiras. Lembre-se que o CET eleva a taxa de 10% a 30%. Ao comprar nestas condições, pense bem. Os encargos são pesados, podendo levar a um acréscimo de 25% a até 300% apenas em pagamento de juros. 
  2. O consumidor tem metade do valor em dinheiro e/ou um veículo usado para dar de entrada, mas não o valor total: para este perfil, o financiamento com “juro zero” é recomendado, pois não precisará desembolsar muito capital e os encargos são razoáveis.
  3. Para quem todo o montante e pode pagar à vista: o cliente pode pensar “não é melhor eu deixar o dinheiro aplicado, rendendo 0,8% ao mês enquanto eu pago “só” 0,35%?”. Depende. É necessário fazer os cálculos dos rendimentos em todo o período de financiamento. Também é muito importante fazer uma boa pesquisa, pois muitos veículos são oferecidos com desconto de 5% ou mais no pagamento à vista. A economia pode cobrir o rendimento a receber, além de facilitar muito o processo de aquisição. Em suma, se puder comprar à vista, faça os cálculos. Um bom desconto é mais vantajoso.

Conclusão. O brasileiro gasta mais do que qualquer outro povo para adquirir seus veículos. Muitas vezes, o que sai caro são os encargos financeiros. Uma maior conscientização sobre o assunto pode melhorar significativamente a qualidade de vida. Pense nisso!

cofrinho

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