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Consórcio: uma ótima alternativa para realizar o sonho do carro novo gastando menos

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O consórcio foi muito popular nos anos 80, época de hiperinflação e crédito escasso. Havia apenas duas alternativas para ter o tão sonhado possante: pagando à vista ou fazendo um consórcio, opção esta escolhida por boa parte dos compradores. Com o advento do Plano Real e a abundância de crédito para financiamento de veículos, com rápida aprovação, os grupos de aquisição ficaram em segundo plano.

Entretanto, vivemos um momento de grave crise econômica em 2015 e o crédito farto secou. Os bancos estão reduzindo a oferta de recursos e fazendo mais exigências para sua liberação, devido ao aumento da inadimplência observado desde 2013. Naquela época, era possível financiar um veículo em até 99 vezes sem entrada. Atualmente, pelo menos 30% precisa ser pago no ato e o maior prazo é de 60 meses, pesando ainda a forte elevação da taxa de juros. Tempos difíceis para quem quer se motorizar.

Posto tal cenário, a modalidade antes renegada volta a ficar em evidência: nos últimos três anos, o número de consumidores que participam de consórcios aumentou de 1,3 milhão para 2,3 milhões, enquanto o valor total das carteiras de financiamentos caiu 40%. É clara a mudança de comportamento do consumidor, mas qual sua causa? Aumento de consciência financeira ou falta de opção? É difícil saber, mas tal migração é altamente benéfica para o bolso do comprador. Os motivos são:

  1. CONSÓRCIOS NÃO COBRAM JUROS: eis a grande vantagem desta modalidade. Em um financiamento em 60 meses sem entrada a uma taxa de 3% ao mês, o consumidor desembolsa o triplo do valor devido às despesas com juros. No consórcio, o valor pago é apenas a parcela de aquisição do bem. As empresas cobram taxa de administração, que varia entre 0,1% a 0,4%, a depender de valor, tamanho do grupo, dentre outros fatores. Ao final, a despesa com encargos raramente ultrapassa 20% do valor da carta.
  2. Aumento do poder de negociação de preços: uma vez contemplado, o consorciado recebe a carta no valor do veículo, a ser paga à vista para o vendedor. Isso aumenta o poder de barganha do comprador, devido à segurança e rapidez na transferência dos recursos. Outra vantagem reside no caso de o consumidor escolher um veículo de valor inferior ao da carta, o qual pode ser utilizado para pagamento de seguro, tributos ou demais despesas com o veículo.
  3. Redução no valor da parcela após o lance: a melhor estratégia para ser contemplado rapidamente é dar um lance de 15% a 40% do valor da carta, pois recebe o crédito o participante que tiver menor saldo devedor no fim do mês. Como o prazo é fixo (36, 48 ou 60 meses, por exemplo), este valor é descontado proporcionalmente das parcelas restantes, derrubando significativamente seu valor. Isso torna esta modalidade vantajosa para quem pode antecipar valores.
  4. Opção de postergar o pagamento de algumas parcelas: Ao contrário do financiamento, boa parte dos consórcios permite que o participante postergue o pagamento de um certo número de parcelas sem ficar inadimplente, garantindo alguma flexibilidade para o comprador se planejar. A desvantagem consiste  no adiamento deste em receber a carta de crédito.
  5. Restituição do fundo de reserva no encerramento do grupo: as empresas constituem fundo de reserva em caso de inadimplência de consorciados. Este valor é embutido na taxa de administração ou cobrada à parte, e caso o não-pagamento não ocorra, o montante é restituído aos consorciados no encerramento do grupo.

Por outro lado, as desvantagens também existem:

  1. Para ser contemplado em pouco tempo, é preciso dar um lance: ele é a antecipação de uma parte do valor financiado, a fim de reduzir o saldo devedor. Como explicado acima, é contemplado quem possui o menor valor a pagar no final daquele mês. Por isso, quem tem pressa precisa ter um valor grande para dar de lance.
  2. Quem não pode dar lance fica para o final da fila, e precisa ter muita paciência: devido ao critério de saldo devedor, o cliente que paga apenas as parcelas regulares reduz seu saldo devedor lentamente, postergando o recebimento da carta de crédito. A maioria das empresas também contempla por sorteio, mas o participante precisa contar com a sorte nesse caso.
  3. É preciso verificar a idoneidade da empresa e sua saúde financeira: como as empresas de consórcios não são fiscalizadas, é necessário observar se elas possuem registro no Banco Central e possuem boa administração. No passado, muitas pessoas perderam seus investimentos em operadoras que quebraram.
  4. Pode ocorrer alta taxa de inadimplência: e a empresa solicitar reforço no fundo de reserva, aumentando os encargos para o consorciado.
  5. Grupo em andamento: algumas empresas podem vender consórcios já em andamento, no qual muitos participantes já fizeram grandes abatimentos de saldo, prejudicando a estratégia de conseguir o crédito rapidamente através dos lances. Vale a pena somente para quem tem paciência de esperar um bom tempo ou não deseja ser contemplado imediatamente.

Neste post vimos que o consórcio pode ser uma ótima alternativa para quem não tem pressa de trocar de carro rápido, não quer pagar juros altos e/ou tem um bom valor para dar de lance, talvez proveniente da venda do veículo atual. Com um bom planejamento, é possível realizar o sonho do carro novo com poucos encargos e grande flexibilidade. Avalie esta opção!

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