O novo quarteto fantástico

Carros da Honda, Toyota, Nissan e Hyundai, respectivamente.
Até a abertura das importações de veículos em 1990, apenas quatro marcas tinham um quase oligopólio de nosso mercado: Volkswagen, Chevrolet, Ford e Fiat. Também conhecidas como “as quatro grandes”, elas possuíam uma fatia de 91% do mercado em 1994. Mas as newcomers, novos fabricantes que ingressaram em nosso mercado após essa lei, paulatinamente ganharam espaço, e hoje possuem 49% das vendas, avançando em 30% da participação das quatro montadoras mais tradicionais.
Dentre essas novas montadoras, quatro chamaram a atenção, todas de origem asiática: Honda, Toyota, Hyundai e Nissan. Elas ganharam o apelido de “quarteto fantástico” e são vistas como “superiores em qualidade” pelos consumidores e pelo mercado de novos e usados.
As três primeiras conquistaram 21% do mercado na última década e possuem grande aceitação do mercado. A última não tem o mesmo volume de vendas das rivais, mas embarcou no prestígio das demais por também ser japonesa.
O gráfico abaixo, extraído do site de economia Infomoney, mostra a evolução da participação de mercado do trio de ferro: Honda, Toyota e Hyundai, as quais são representadas pelas colunas azuis. Volkswagen, Chevrolet e Fiat constam da coluna laranja e as demais montadoras, na coluna cinza.
Mas o que explica tamanha evolução em um mercado tão fechado como o brasileiro? Uma conjunção de fatores, como o grande investimento em marketing, a construção de uma imagem de altas qualidade e confiabilidade, expansão da rede de concessionárias, bom atendimento, abertura de novas fábricas e farta distribuição de peças e acessórios a preços razoáveis, no que tange ao aspecto mercadológico.
Investimento em qualidade do produto, design, tecnologia, equipamentos, aumento do número de modelos ofertados, boa revenda, garantia de até 5 anos e a fama de “carro que não quebra” trouxeram prestígio aos produtos asiáticos.
Essas fabricantes saíram na frente nas questões de qualidade, confiabilidade e atendimento ao cliente, enquanto as tradicionais só correram atrás dez anos depois, quando o quarteto fantástico cresceu a olhos vistos.
Mas já era tarde demais e o processo é irreversível. Há pouco tempo, muitos consumidores pensavam nas novas marcas como “importados” e não se sentiam confortáveis com isso, recaindo sempre nas quatro grandes por medo ou hábito. Hoje, muitos dão preferência pelas newcomers e enxergam as montadoras mais antigas como “quarteto enferrujado”.
Portanto, as novas marcas emergiram em nosso mercado pela mudança nos anseios e perfil dos consumidores, atraídos pela qualidade e bom atendimento, face o engessamento dos quatro grandes, que demoraram para se mexer, confiando em seu tamanho e tradição. Mas com o caos automotivo e o aumento dos conhecimento e exigência dos compradores, terão que evoluir muito para continuar fortes. Quem ganha é o consumidor.
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