Qual a diferença do motor 1000 para o 1.0?
Um dos posts mais lidos desta página é o Mecânica sem segredo: qual a diferença do motor 1.0 para o 1.6? Após ler este post, outra dúvida muito frequente é sobre a diferença do motor 1000 para o 1.0. Ou do 1300 para o 1.6. A diferença é muito simples:
O número 1000 deriva do deslocamento volumétrico do motor, popularmente conhecido como “cilindrada”, ou “cc”. Um motor “1000” possui aproximadamente 1000 cm³ de volume deslocado (o espaço que os pistões ocupam para subir e descer em seu trabalho de combustão dentro da câmara e fazer o veículo andar). Um 2000 desloca cerca de 2000 cm³.
Claro que o número é aproximado, pois um bloco “mil” pode deslocar exatos 994 cm³, ou um “2.0”, 1984 cm ³. Uma moto “125 cilindradas” utiliza um volume de 123,5 cm³. Um motor de 1349 cm³ pode virar “1300” ou “1.4” a depender do marketing da empresa.
Os departamentos de marketing arredondam os números para ficar mais palatável para o público, pois ter um VW Santana 2000 soa muito melhor que ter um Santana 1984. Especialmente no caso deste modelo lançado nos anos 1980, época na qual o ano 2000 se associava a modernidade, tecnologia de ponta.
Antigamente, o valor era arredondado e se utilizava o deslocamento por extenso, como no caso dos VW a ar: 1200, 1300, 1500 e 1600. Mas alguém percebeu que os zeros ao final poderiam ser dispensados e criar uma nomenclatura mais agradável, com um separador de mil entre eles (o ponto). Assim, viraram 1.2, 1.3, 1.5 e 1.6. O Opala 4100 logo virou 4.1.
As empresas costumam ter motores de diversos deslocamentos, como 991 cm³, 1384 cm³, 1596 cm³, 1784 cm³, 1992 cm³ e 2475 cm³, os quais serão conhecidos comercialmente com 1.0, 1.4, 1.6, 1.8, 2.0 e 2.5.
Isso não ocorre no caso de veículos com “cilindradas” menores que 1000 cm³, como é o caso das motos. Soa muito melhor dizer que tem uma 750 a uma 0.75, ou uma 125 a uma 0.125, claro. O que vale é a sonoridade.
No caso de motores maiores, como os de caminhões ou veículos com motores “grandes”, de alto deslocamento volumétrico e muitos cilindros, a quantidade destes prevalece. No caso de veículos como Ford Fusion, Galaxy e Maverick, assim como o Chevrolet Opala, pergunta se são “4, 6 ou 8 cilindros”.
Como a maioria dos veículos que rodam no Brasil é de quatro cilindros, ter um V6, V8 ou os raríssimos V10 e V12 (ou mais) significa que o motor é potente, e o número de pistões importa mais que o deslocamento. O famoso “V-oitão”, “seis canecos” ou “seizão”.
No caso de motores com volumes muito grandes, como os de caminhões, fala-se motor “seis litros”, “nove litros” ou “dezesseis litros”, pela grande diferença de “cilindrada” e potência desse tipo de veículo. No caso de blocos com números exatos como 1.0, 2.0 ou 3.0, também costuma-se dizer que são propulsores de “um litro”, “dois litros”, três litros”, respectivamente. E assim por diante.
Os donos de veículos equipados com propulsores de 2000 cm³ chamam seus possantes carinhosamente de “dois litrão”, e os de motores 1.0 de “milzinho”.
Para quem está familiarizado com o mundo automotivo, a pergunta parece demasiado óbvia, mas é a dúvida de muitos que estão entrando em contato agora com o mundo automotivo. Assim como os diversos apelidos dados aos carros por seu tipo de motor.
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