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10 passos para comprar seu carro de luxo sem dor de cabeça

Enquanto alguns não acreditam no conteúdo, afirmando que “a matéria foi comprada pela Honda e Toyota para vender Civic e Corolla” (RISOS!!!), outros se mostram demasiadamente céticos em relação aos “restos de rico” que “dão PT só de queimar um módulo”.

Ambos os lados têm razão, mas esta matéria é destinada ao público mais moderado: aqueles que desejam realizar o sonho do carro de luxo, com os devidos preparo e estudo para fazer uma boa compra. Os dez passos abaixo evitarão a maior parte dos aborrecimentos potenciais dos modelos premium e farão o proprietário feliz e satisfeito com o acabamento, conforto e desempenho superiores que eles têm a oferecer:

7 passos para comprar seu carro de luxo sem dor de cabeça

A Luxury Car Outlet é uma loja de usados de luxo que fica em Lombard, Illinois, Estados Unidos. A discussão sobre os carros de luxo também é acalorada por lá.

1 – Levante todos os custos do(s) automóvel(is) desejado(s) 

O artigo anterior trata em linhas gerais das disparidades entre os desembolsos em peças e serviços de reposição para modelos premium e de marcas de volume, assim como sua disponibilidade e acesso a oficinas e profissionais especializados.

A partir daí, o comprador deve selecionar o modelo ou lista de modelos desejados e levantar minuciosamente todos os preços de seguros, impostos, peças e serviços. Desde o valor de IPVA, licenciamento, seguro, troca de óleo, itens de desgaste (velas, discos e pastilhas de freio, molas e amortecedores, pneus, palhetas dos limpadores, etc), assim como itens possivelmente caros, como faróis, lanternas, retrovisores, pára-brisa e vidros laterais, módulos eletrônicos, entre outros.

Em fóruns na internet ou clubes da marca ou modelo, pergunte aos proprietários os defeitos mais comuns e itens críticos de manutenção, seu custo e disponibilidade a pronta entrega. Eles darão todas as dicas necessárias para a manutenção de seu sonho e costumam ser solícitos ao oferecer ajuda e informações. Em geral, adoram falar sobre sues carros. Manter contato com outros donos se mostra um fator fundamental, especialmente para modelos mais antigos e/ou raros.

Vale o mesmo para profissionais qualificados e oficinas especializadas na sua região. É muito comum, por exemplo, um morador do interior de Minas Gerais adquirir um modelo de luxo cuja concessionária ou oficina de suporte mais próxima fica em Belo Horizonte, sendo necessário deslocar o veículo por algumas centenas de quilômetros para realizar qualquer manutenção mais complexa. Ou um morador do Mato Grosso ser proprietário de um superesportivo com concessionárias apenas em São Paulo e Rio de Janeiro.

Sempre lembrando que, para eles, este não é nem nunca será um motivo para desistir do sonho, apenas uma questão a ser administrada. Só não vale comprar sem conhecê-las e se arrepender depois, dizendo que “não sabia”.

2 – Prepare suas finanças

Com os custos dos modelos desejados na ponta do lápis, hora de preparar o próprio bolso. Definir o orçamento (quanto quer gastar), se precisará ou não de financiamento e quais os bancos e taxas disponíveis se mostra apenas o começo.

Este é o pulo do gato para não se apertar:

Carros de luxo sempre têm alguma manutenção para fazer, mecânica, eletro-eletrônica ou de funilaria, e/ou débitos para pagar. Coloque de 20% a 30% do valor do veículo para deixá-lo em plenas condições de rodar.

Simplificando: se o seu orçamento é de R$ 100 mil, reserve mais R$ 20 mil a R$ 30 mil para manutenção, perfazendo R$ 120/130 mil. Caso suas disponibilidades sejam de R$ 100 mil, busque modelos entre R$ 80 mil a R$ 90 mil e separe o restante para manutenção e/ou regularização de pendências.

3 – Primeiramente, verifique a documentação

Mesmo após o levantamento de custos e preparação financeira do comprador em potencial, muitos negócios morrem no passo 3, para os mais conscientes. Para os incautos, é aqui que o sonho do carro de luxo vira  um pesadelo.

Ao adquirir um veículo usado de R$ 120 mil que custava R$ 450 mil quando zero quilômetro, não se esqueça que o IPVA varia entre 1% e 4% do valor do veículo à época da cobrança, mais os demais custos. Para um modelo de R$ 450 mil, o imposto será de cerca de R$ 18 mil. 

Se o(s) antigo(s) dono(s) deixarem de pagá-lo durante um ano ou dois, constará um débito de quase R$ 50 mil sobre o veículo, somando multas e juros de mora, além de possíveis multas de trânsito.

Novamente, vale lembrar que problemas na documentação não inviabilizam o negócio, necessariamente, e podem ser negociados no valor final da compra. Só não valem duas coisas: comprar o veículo sem verificar a documentação e levar um prejuízo enorme ou rodar com o automóvel de forma irregular.

Uma simples perícia de empresas especializadas, como SuperVisão, Instacarro e congêneres resolve a questão por um valor módico.

Um alerta:

Não se esqueça que a polícia ADORA parar carros de luxo para fiscalização, e a chance de ver seu sonho parado em um pátio do DETRAN e ir a leilão é muito grande.

4 – Pergunte sobre o histórico de manutenção e uso do veículo

Com a documentação em ordem, o próximo passo consiste em conhecer como o veículo rodou e recebeu manutenção. No caso de modelos mais novos e com garantia, o trabalho fica mais simples, pois a manutenção costuma ser feito na rede de concessionários, os quais mantêm o histórico de cada veículo.

Outro ponto importante consiste em perguntar ao atual proprietário o modo de uso do veículo: quantas vezes por semana roda com o carro, se é em ciclo urbano ou rodoviário, o tipo de piso, quantos motoristas utilizam o carro e o modo de condução de cada um. Em uma breve conversa, muitas informações poderão ser conhecidas a respeito do veículo.

No caso de modelos mais antigos, os quais passaram por diversos proprietários, uma avaliação mais especializada – feita por um mecânico ou consultor – se mostra essencial. Em grande parte dos casos, o atual dono desconhece muitos problemas do veículo ou não passará as informações com clareza. Neste caso, perguntar sobre o uso do veículo não trará informações conclusivas, na maioria dos casos.

5 – Faça um check-up completo do sistema elétrico e eletrônico

Aquele argumento do “queimou um módulo deu PT” se mostra um risco real, e os componentes realmente custam muito caro. Corre no mundo dos leilões de carros de luxo uma anedota bastante conhecida sobre os problemas que pessoas sem o devido conhecimento enfrentam ao adentrar este mercado:

Um rapaz queria comprar um carro esportivo e foi a um leilão para realizar seu sonho, pois seu orçamento era apertado. Após observar vários modelos, encontrou um Mercedes CLK 1998 com o lance inicial de R$ 32 mil. A tabela FIPE era de R$ 65 mil para o modelo.

Ciente de sua falta de conhecimento sobre automóveis, trouxe seu mecânico de confiança para ajudá-lo. Ele inspecionou o carro de cima a baixo e constatou que estava em ótimo estado de conservação. Assim, decidiram entrar no páreo e arremataram o cupê alemão por R$ 42 mil. Somando a comissão do leiloeiro e demais despesas, o jovem desembolsou cerca de R$ 45 mil.

Levaram o Mercedes de caminhão até a oficina, e ao chegar o grande momento de dar a partida, não funcionou. O mecânico havia esquecido de checar a caixa de módulos eletrônicos, fato que descobriu ao entrar em contato com um profissional da rede autorizada. Após receber esta informação, veio a má surpresa:

O carro estava sem nenhum módulo. Todos haviam sido retirados: da injeção, do câmbio, do ABS, dos controles de tração e estabilidade, do ODB, não sobrou nenhum! O antigo dono os retirou antes de entregar ao leiloeiro.

Então se dirigiram a uma concessionária Mercedes-Benz e descobriram que as peças custavam R$ 32 mil e demorariam 90 dias para vir da Alemanha. O rapaz entrou em parafuso, pois era quase o valor do carro. Decidiram procurar em desmanches e não encontrara. Foram à internet e encontraram em sites estrangeiros, ao custo de R$ 20 mil, mais o envio. Foi quando o improvável aconteceu.

Após uma semana de desespero, o jovem recebeu uma ligação: “Alô. O senhor comprou uma Mercedes CLK? Aqui está falando o Fulano de Tal. O antigo dono do carro estava me devendo uma grana e me deu os módulos eletrônicos como pagamento. Vendo para você por R$ 15 mil. Você aceita?”

Como se diz no popular, o novo dono do CLK ficou feliz e p*** ao mesmo tempo, porque conseguiu encontrar as peças para seu sonho de consumo, ao mesmo tempo no qual perdeu a vantagem de comprar um automóvel de leilão a um preço menor, pagando o valor da tabela FIPE ao final.

Fica a lição sobre o quanto são raros e caros os componentes eletrônicos de carros importados de luxo, especialmente os mais antigos, de modelos mais exclusivos.

Após esta história com final triste para alguns e feliz para outros, a necessidade de conhecer toda o sistema eletro-eletrônico de modelos de luxo se mostra mandatória. A aplicação massiva deste tipo de recurso se difundiu no início da década passada nos modelos alemães.

Infelizmente, os primeiros produtos não se mostram muito confiáveis e apresentam muitas falhas, de forma mais marcante em modelos mais exclusivos, como os BMW Série 5 e 7 e os Audi A6 e A8. Uma falha nos módulos eletrônicos destes modelos deixam o veículo completamente imobilizado e não volta a rodar sem seu reparo e/ou substituição, a qual pode custar o valor de um carro popular zero quilômetro e mais da metade do valor de mercado do exemplar em questão.

Confira também as baterias. Isso, baterias. Muitos modelos possuem duas, uma para a parte elétrica e outra para os módulos e centrais multimídia. Por serem importadas, seu preço é elevado, podendo superar os R$ 5 mil. Como alimentam grande quantidade de componentes, sua vida se mostra relativamente curta. Verifique seu estado ou peça desconto em caso de ser necessária sua substituição.

Portanto, o potencial comprador deve conferir se o seu alvo tem problemas crônicos de eletrônica, seu custo e disponibilidade e fazer um check-up geral antes de fechar o negócio.

6 – Coloque o automóvel no elevador e examine o assoalho

Como é de conhecimento geral, carros de luxo são feitos para rodar predominantemente em países desenvolvidos, nos quais o asfalto se encontra em boas condições. À exceção dos SUV´s, naturalmente mais altos, costumam ter altura de rodagem mais baixa.

Porém, ao enfrentar as vias brasileiras, raspam o assoalho e saias dianteira e traseira em lombadas, valetas e entradas/saídas de garagem. Caso o atual proprietário e anteriores não tenham zelado pela sua conservação, todas as marcas serão vistas ao colocar o veículo no elevador e olhá-lo por baixo.

As evidências da má conservação se encontrarão em detalhes plásticos como saias, acabamentos, presilhas, braçadeiras e pinturas arranhados, perfurados, desgastados ou faltantes. Componentes metálicos como silenciosos de escape, tanque de combustível, caixa do estepe e protetor de cárter estarão totalmente raspados e/ou tortos devido aos impactos com o piso. Em veículos com mais de oito anos, pode-se observar trincas e partes da estrutura retorcidas devido ao uso intensivo.

Os utilitários esportivos merecem atenção especial, pois costumam ser utilizados em percursos fora-de-estrada, nos quais ficam expostos a todo tipo de impacto, como costelas-de-vaca, valas, buracos, pedras, lama, cascalho, como condiz a proposta. Veículos com este uso apresentam marcas de pedras e podem ter componentes danificados, especialmente se forem equipados com tração nas quatro rodas, cujo sistema se situa na parte inferior do veículo e pode apresentar vazamentos de óleo de transmissão.

Uma verificação minuciosa do assoalho do veículo mostrará muito sobre seu estado de conservação, em complementação ao item seguinte.

7 – Confira o estado do chassis, carroceria e detalhes externos

Como foram feitos para ruas mais “suaves”, os engenheiros de veículos de luxo costumam aplicar materiais mais nobres, os quais melhoram a segurança a impactos e os tornam mais leves. Entretanto, eles passam a sofrer com problemas de torção de chassis e carroceria em pisos irregulares.

Frequentemente, os automóveis podem ter se envolvido em acidentes de pequena e grande monta e passaram por reparos, os quais podem ter sido bem executados ou não. Fazer este teste pode evitar grandes problemas futuros, alguns sem solução.

Avaliar chassis e carroceria consiste em três procedimentos bastante simples: primeiramente, abrir e fechar todas as portas e tampas do veículo e verificar se podem ser feitas de maneira suave e sem aplicação de força. A dificuldade em abrir e fechar as partes móveis denuncia o veículo acidentado ou malcuidado.

Em segundo lugar, conferir o alinhamento de todas as peças da carroceria. Portas e tampas desalinhadas indicam que o automóvel sofreu acidentes e foi reparado e/ou foi submetido ao chamado “uso soviético”, o qual transforma o carro em uma fonte de ruídos sem solução devido à torção e afrouxamento da carroceria causado pelo uso extremo.

Para verificar se houve repintura de peças ou aplicação de massa plástica para reparos, deve-se usar uma lanterna de luz azul e um imã enrolado em uma flanela nas partes metálicas.

Finalmente, um teste de rodagem em ruas irregulares, preferencialmente de paralelepípedos. Suspensão firme e estável e um bom manejo de direção mostrarão se a rigidez torcional está preservada, assim como a ausência de ruídos incômodos. Veículos em mau estado apresentarão aquele comportamento “molenga”, no qual o carro demora a responder aos comandos do volante, e terá tantos ruídos que parecerá uma escola de samba.

Não se esqueça que modelos de luxo foram feitos para ser super silenciosos e estáveis, e problemas de chassis, carroceria e suspensão custam muito carro para serem sanados. Isso quando possível. Compre apenas aqueles carros “durinhos” e silenciosos. Caso contrário, caia fora. Você gastará dezenas de milhares de reais em problemas sem solução.

Verifique se as lanternas, faróis, faróis e lanternas de neblina, luzes auxiliares de seta e luzes de placa funcionam corretamente. Trafegar com alguma delas queimada rende multa e pode resultar em apreensão do veículo. Automóveis premium mais modernos utilizam lâmpadas de xenônio e LED em sua maioria, e a substituição de uma peça pode custar mais de R$ 15 mil em alguns casos.

Faróis e lanternas quebradas ultrapassam facilmente os R$ 5 mil em modelos best-sellers como Audi A3 e Mercedes-Bez C180. Verifique se estão todos em ordem. Caso contrário, peça a substituição ou desconto do valor da peça.

8 – Verifique o estado geral dos conjuntos mecânicos

Ao avaliar carros convencionais, a avaliação mecânica aparece como a primeira ação a ser feita. Entretanto, modelos premium possuem tantas peculiaridades que o estado de conservação mecânico acaba ficando para o final. Por último, mas não menos importante.

Assim como em todos os itens anteriores, o comprador em potencial deve levantar as questões mecânicas mais recorrentes e cuidados necessários para aquele modelo em particular. Em suma, deve consultar proprietários, consultores e publicações especializadas para saber quais cuidados deve tomar com motor, câmbio, suspensão, direção, freios e todo o conjunto motriz básico de seu objeto de desejo.

De posse de todos os dados técnicos e financeiros, a condição mecânica deve ser avaliada em teste de rodagem e todo o histórico de revisões – para modelos ainda em garantia – e manutenções estará registrado pelo proprietário para consulta, no caso dos mais antigos. Donos cuidadosos costumam anotar toda a manutenção de itens de desgaste como velas, filtros, discos e pastilhas de freio, trocas de óleo, dentre outros.

Motores de modelos importados são projetados para rodar com gasolina pura e de alta octanagem. Utilizar nossa gasolina comum costuma prejudicar a performance e diminuir a vida útil da unidade. Posto isso, proprietários cuidadosos utilizam apenas combustível aditivado, pois foram instruídos a fazê-lo pelos técnicos das autorizadas.

No caso de motores turbo, seu uso é obrigatório e a inobservância deste cuidado reduz os intervalos entre as manutenções e troca de itens como velas, cabos de vela e filtros, além de poder prejudicar sua vida útil.

Perguntar ao vendedor sobre o uso de gasolina aditivada é fundamental, pois complementa o teste de rodagem e dá uma pista sobre a necessidade de manutenções preventivas, além do zelo que dedica ao veículo. Evite modelos sobrealimentados e sem calibração específica para o Brasil, que rodaram apenas com gasolina comum.

A exceção consiste nos de calibração tropicalizada, geralmente bicombustíveis, como os BMW X1 e Série 3 flex.

Estes modelos apresentam grande sensibilidade a combustível adulterado. Assim, recomenda-se o cuidado de abastecer apenas com gasolina aditivada em postos de confiança.

Como em qualquer compra de carro seminovo ou usado, o motorista deve estar atento ao estado dos pneus, principalmente se forem do tipo run-flat, os quais podem rodar vazios, mas possuem preços significativamente mais elevados para substituir.

Utilitários esportivos merecem atenção redobrada, pois seu comportamento dinâmico fica comprometido ao rodar com pneus deteriorados ou fora da especificação. Modelos esportivos e/ou de alta performance também merecem cuidados especiais, pois seu desempenho pleno depende de sua conservação.

As rodas merecem a mesma atenção, pois algumas não existem no mercado de reposição e caso apenas uma delas esteja danificada, será necessária a troca das quatro. Caso seja possível encontrá-las no mercado de reposição, os preços são altos para a unidade em modelos de alta vendagem. Em outros mais raros, a primeira opção se mostra a única viável e a despesa será na casa dos cinco dígitos.

Muitos carros de luxo são equipados com pneus de medidas não convencionais em nosso mercado, chegando a custar mais de R$ 3 mil a unidade, o que pode resultar em uma conta na casa dos cinco dígitos para troca do jogo.

Em modelos esportivos e utilitários, tal situação ocorre com frequência. Soma-se a isso a indisponibilidade de muitos modelos de pneus, exigindo que o veículo fique meses parado aguardando peças.

9 – Observe a conservação dos itens de acabamento internos

Este item costuma ser esquecido devido à sua pouca importância no funcionamento essencial do veículo. Porém, o estado de conservação do interior oferece muitas evidências sobre o uso de veículo.

Muitos modelos oferecem bancos de couro em tons claros, os quais revelam a sujeira com  maior facilidade. Muitos modelos possuem botões emborrachados e telas touch que se desgastam com facilidade, evidenciando se o hodômetro marca a quilometragem real e se o modelo rodou com muitas pessoas a bordo, se foi da frota do Uber ou táxi, se crianças ou animais rodavam no veículo e a frequência semanal de uso.

Modelos mais antigos, cujos materiais se mostram gastos ou quebrados podem ter dificuldade em encontrar peças de acabamento como tampas, arremates de bancos, difusores de ar e outros componentes que podem causar mau aspecto ao comprador se danificados.

Materiais nobres como faixas em madeira de lei, carpetes mais espessos ou couro de cores exóticas dificultam o reparo, pedindo uma reforma total do interior de modelos mais antigos. Tais serviços costumam ser realizados apenas em restaurações de veículos de coleção.

Fique atento a modelos com sistemas de entretenimento a bordo, como telas de cristal líquido no painel e encostos de cabeça, rádios com Bluetooth e TV digital. Certifique-se de que tudo está em perfeito funcionamento, ou solicite reparo ou desconto.

Para o motorista comum, a conservação do interior deve ser observada como prova de cuidados com o veículo, não sendo necessário fazer reparos na maioria das vezes.

10 – Antes de fechar o negócio, calcule os custos de toda a manutenção necessária. Após a decisão, negocie o preço e pechinche

Na hora dos “finalmentes”, mantenha a calma e segure o impulso de fechar o negócio na hora. Faça as anotações de tudo relacionado aos veículos de forma minuciosa e leve para pensar em casa. Faça as contas com calma. Pondere tudo levando em conta seu gosto pessoal, desde que seu orçamento fique equilibrado.

Não se esqueça que vender carros de luxo é uma atividade tão difícil quanto vender imóveis, e o preço ofertado no anúncio pode (e deve) ser negociado. Estes modelos atraem poucos compradores e, muitas vezes, ficam meses aguardando boas ofertas. Em outros casos, o vendedor precisa “fazer caixa” com urgência e pode oferecer descontos generosos, superiores a 30%.

Mantenha a cabeça fria e não tenha vergonha de fazer ofertas de R$ 10 mil ou R$ 20 mil a menos em relação ao preço anunciado. Se não puder ou desejar pagar à vista, as lojas especializadas podem não conceder descontos, mas costumam ter condições de pagamento bastante flexíveis e fazem parcelamentos em boletos, cheque ou cartão de crédito, sem passar  por instituições financeiras.

Seja pelo lado do desconto ou do parcelamento, pechinche as melhores condições com o lojista e o maior desconto com o particular. Solicite aos primeiros a realização de todos os reparos necessários e a entrega do veículo em ordem.

Em transações com pessoas físicas e veículos com pendências mecânicas, eletrônicas, documentais ou de funilaria, prefira um grande abatimento do preço. Mesmo com mais trabalho em pequenos consertos, peças e serviços, a economia pode valer a pena para quem domina as rotinas de manutenção, custos e tenha um exemplar com a mecânica, suspensão e eletrônica em bom estado. Fuja de carros com muitos reparos e malconservados, pois mesmo grandes descontos podem resultar em prejuízos.

Evite veículos que já foram preparados, com modificações profundas e/ou já foram usados para competições e track days, pois a chance de apresentar problemas se mostra quase uma certeza devido ao “uso soviético”.

CONCLUSÃO

Comprar um bom carro de luxo é, de fato, uma tarefa bastante complexa e cheia de pormenores. Com estes 10 passos, os principais pontos sensíveis foram abordados e os cuidados básicos para uma boa compra estão detalhados. De qualquer forma, pesquise e estude os modelos, ouça as opiniões dos donos e especialistas, visite concessionárias e oficinas e aprenda o máximo que puder antes de comprar.

Se ainda não sentir confiança, vá com alguém de confiança para fazer a avaliação. Peça os laudos técnicos e documentais. Tenha paciência, não compre o primeiro carro que visitar e negocie preços e condições. É possível ser feliz com seu carro de luxo sem quebrar a banca ou ficar na rua fazendo a compra consciente.

Com o conhecimento adequado, como muitos fazem, o apaixonado por carros pode andar de BMW 320i com orçamento de Honda Civic, ou de Mercedes C63 AMG a preço de VW Golf GTI. Com planejamento, sem neuras.

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