Quais os melhores carros para comprar após a alta da gasolina?
Em maio de 2018, os caminhoneiros paralisaram o País por dez dias para reivindicar melhorias em suas condições de trabalho, entre elas a redução do preço dos combustíveis. Tais pautas beneficiariam toda a população, mas dependem de muitas decisões e trabalho duro da sociedade por anos a fio.
Problemas estruturais demoram anos para ser dirimidos, à custa de muito trabalho e decisões acertadas. Cortes de impostos são a verdadeira solução, por óbvio, pois retiram o fardo de todos os cidadãos. Por outro lado, deve haver corte de gastos em outras áreas para a conta fechar, algo fora de cogitação em ano de eleição.
Infelizmente, uma reforma tributária profunda demanda anos de estudo, discussão, elaboração e negociação e não pode ser feita em uma semana. Mais uma vez, o paliativo encontrado foi reduzir os tributos sobre o diesel e embuti-los na gasolina e etanol.
Em resumo, repassar os custos dos caminhoneiros para os motoristas de veículos leves.
A boa notícia é que o motorista tem a possibilidade de contornar a alta dos combustíveis para motores de ciclo Otto ao escolher um veículo adequado.
Ela pode ser feita a qualquer tempo e em qualquer local. Basta que o comprador domine as características dos veículos ofertados.
O objetivo deste artigo não é discutir as decisões dos governos, mas ajudar o comprador a localizar as melhores opções de carros e SUV´s para comprar em um cenário de alta do etanol e gasolina, paralelo à uma redução do diesel. A lista traz opções a partir de R$ 10 mil, novos e usados. Confira.
A lista será dividida em três partes: compactos
COMPACTOS
Os compactos mais antigos, básicos, de baixo pese, acabamento simples e sem equipamentos que consomem potência como direção hidráulica e ar condicionado, fazem boa figura em economia de combustível até os dias de hoje. O revés fica por conta do desconforto em rodar em um veículo desconfortável, sem nenhum “mimo” ao condutor.
Compactos modernos equipados com motores turbinados e alta tecnologia também fazem bonito no posto sem comprometer a qualidade de vida a bordo. Porém, eles cobram o seu preço em reais e trazem muita satisfação para quem pode pagar pelo menos R$ 30 mil.
O primeiro modelo da lista é um velho conhecido e eterno campeão de economia.
FIAT UNO MILLE FIRE (A PARTIR DE R$ 10 MIL)

Quando se pensa em carro econômico, o Uno Mille é o primeiro a vir à mente do consumidor. Após trinta anos em produção (1984-2014), a oferta e variedade de exemplares disponíveis extrapolam a imaginação de qualquer gearhead.
As versões com motor Fire, o qual equipou o modelo a partir da linha 2001 até seus últimos dias, oferecem a melhor economia de combustível. As versões monocombustível são as mais disputadas, pois oferecem os melhores resultados. Relatos de consumo médio de 15 km/l na cidade e até 22 km/l em rodovias, em velocidades médias de 80 km/h a 90 km/h não são incomuns entre motoristas com o pé direito leve.
Por sua vez, os exemplares equipados com motores flex não fazem feio e também se encontram como boas opções. Consumo urbano de 9,5 km/l com etanol e 13 km/l na gasolina se mostram a regra para a média dos donos destes modelos.
O mesmo ocorre com os preços, os quais atendem todos os gostos e bolsos. De todas as opções, sem dúvida a carismática “botinha ortopédica” é a mais acessível para todas as classes sociais.
Os pontos negativos do modelo advêm da antiguidade de seu projeto: pouquíssimos equipamentos de série, acabamento espartano e a suspensão oferece pouquíssimo conforto e estabilidade.
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MENÇÃO HONROSA: O Educação Automotiva já escreveu diversos artigos sobre o Volkswagen up! e Polo TSI, outras duas boas opções para economizar gasolina, especialmente o subcompacto.
Eles não participarão desta lista com foco na renovação de conteúdo. Se quiser conhecer melhor estas duas opções, leia este artigo, este e este outro.
FORD FIESTA 1.0 ECOBOOST (A PARTIR DE R$ 50 MIL)

O Fiesta já está no mercado há sete anos e ainda mantém um certo ar de modernidade. Recentemente, ele ganhou a opção do badalado propulsor 1.0 EcoBoost, ganhador de diversos prêmios na Europa e EUA. Para quem tem orçamento a partir de R$ 50 mil e espera prazer ao dirigir, o conforto do câmbio automático e economia de combustível, este pode ser o carro ideal.
Com 125 cv de potência e 17,3 kgf.m de torque, ele faz de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos e atinge a máxima de 190 km/h. Seu motor sobrealimentado entrega ótimo desempenho com boa eficiência energética: as médias de consumo variam entre 12 km/l na cidade a 18 km/l na estrada.
Os pontos negativos são o espaço interno traseiro limitado para famílias e o câmbio de dupla embreagem Powershift desta versão, visto com ressalvas pelo mercado.
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HÍBRIDOS
Os modelos com motorização híbrida – um motor a combustão combinado com outra unidade elétrica – passam por uma explosão de vendas no mundo inteiro. Nos países desenvolvidos, modelos com propulsão a eletricidade são uma febre e os fabricantes não conseguem atender a demanda por falta de baterias.

Por aqui, existem apenas três modelos vendidos por marcas de volume – o sedã grande Ford Fusion, o fastback Toyota Prius e seu irmão Lexus CT200h. Estes modelos atingem médias em torno de 19 km/l pelas aferições do Inmetro, pensadas para padronizar os testes e permitir a comparabilidade entre modelos.
Na prática, há relatos de motoristas alcançando médias de 25 km/l em ciclo urbano e mais de 50 km/l em descidas de serra.
Os pontos positivos, além da economia de combustível, são o silêncio e conforto a bordo, farta oferta de equipamentos de infotenimento e gerenciamento de energia, torque em baixas velocidades e menor frequência de manutenção.
Os pontos negativos dos modelos híbridos consistem na dirigibilidade bastante insossa e menor espaço para bagagens no porta-malas. As baterias precisam ser trocadas a cada dez anos e deverão custar mais que o valor do veículo na data da manutenção.
FORD FUSION HYBRID
Pode ser encontrado a partir de R$ 50 mil em sua antiga geração (CONFIRA OFERTAS DE FORD FUSION) e a versão 2018 sai da loja por R$ 163,7 mil.
TOYOTA PRIUS
O híbrido mais vendido do mundo sai por R$ 126,6 mil em sua versão 2018, mas é possível encontrar exemplares da geração anterior a partir de R$ 60 mil. Caso encontre um exemplar bem cuidado, seu preço será elevado devido à pequena quantidade disponível.
CONFIRA OFERTAS DE TOYOTA PRIUS
PICAPES E SUV´S A DIESEL

Os caminhoneiros pleitearam a redução dos preços do diesel e o conseguiram via repasse de impostos para os combustíveis de uso no ciclo Otto. Por tabela, todos os proprietários de veículos movidos a óleo combustível foram beneficiados pelo corte de impostos, fator que tende a incentivar as vendas de modelos com esta motorização.
Como nossa legislação proíbe que modelos com capacidade de carga inferior a 1.000 quilos receberem unidades motrizes a diesel, as opções se restringem a picapes, SUV´s e modelos off-road.
A partir de R$ 20 mil, é possível adquirir uma Chevrolet S10 ou Ford Ranger da década de 1990, assim como picapes e utilitários a diesel desta época como Ford F-1000, F-250, Chevrolet Blazer e Silverado.
CHEVROLET S10 DIESEL(A PARTIR DE R$ 30 MIL)
FORD RANGER DIESEL(A PARTIR DE R$ 30 MIL)
Fuja das versões a gasolina e bicombustíveis, pois elas oferecem o pior dos mundos para uma picape e utilitário: desempenho fraco, altíssimo consumo e revenda bastante problemática. As desvantagens se agravaram com o aumento da gasolina/etanol e incentivo ao diesel.
Entre as mais modernas, a Toyota Hilux dá as cartas no mercado. Por Confira algumas ofertas de picapes a diesel:
TOYOTA HILUX (A PARTIR DE R$ 40 MIL)
MITSUBISHI L200 TRITON (A PARTIR DE R$ 55 MIL)
VOLKSWAGEN AMAROK (A PARTIR DE R$ 60 MIL)
NISSAN FRONTIER (A PARTIR DE R$ 40 MIL)
FIAT TORO DIESEL (A PARTIR DE R$ 80 MIL)
Vale lembrar que picapes são veículos projetados para trabalho e não oferecem conforto adequado no banco traseiro. O espaço para bagagens fechado se mostra muito restrito para o uso como automóvel, exigindo a instalação de acessórios voltados para transporte e armazenamento de itens pessoais.
Para quem procura um modelo a diesel para “uso civil”, as opções do tópico abaixo são mais interessantes.
UTILITÁRIOS ESPORTIVOS (SUV´S)
Muitos modelos de utilitários esportivos derivam de picapes, como as Toyota Hilux SW4 e a picape de mesmo nome e os Jeep Renegade e Compass, os quais dividem mecânica e plataforma com a Fiat Toro, pertencentes ao grupo FCA e produzidos na fábrica de Goiana, PE.
Para o motorista que pretende fazer uso familiar do veículo, as versões “fechadas” das picapes se mostram mais vantajosas, especialmente no posicionamento dos assentos traseiros, opção de terceira fileira em alguns modelos, maior presença de itens de conveniência e acabamento mais agradável.
A lista abaixo traz dezenas de opções de modelos e versões de SUV´s a diesel:
TOYOTA HILUX SW4 (A PARTIR DE R$ 30 MIL)
JEEP RENEGADE DIESEL (A PARTIR DE R$ 80 MIL)
JEEP COMPASS DIESEL (A PARTIR DE R$ 125 MIL)
MITSUBISHI PAJERO DAKAR (A PARTIR DE R$ 65 MIL)
Marcas de luxo como Land Rover e Mercedes comercializam versões a diesel de seus utilitários e constituem um mercado a parte. Posto que o mercado de veículos premium segue parâmetros diferentes e não apresenta relevância para à variação de preços de combustíveis, a compra destes modelos foi tema de outro artigo. Leia aqui.
O MELHOR CARRO PARA DRIBLAR OS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS QUE NÓS NÃO PODEMOS COMPRAR

Automóveis elétricos ainda não são comercializados em grande escala no Brasil. A BMW oferece os modelos i3 e i8 em fase piloto. Infelizmente, a infraestrutura para abastecê-los de modo constante ainda depende de um longo trabalho de instalação, o qual demora décadas e ainda não foi concluído em nenhum país.
Nos Estados Unidos, os objetos de desejo automotivos mais cobiçados são os modelos da Tesla Motors. Totalmente elétricos, podem percorrer mais de 400 quilômetros sem a necessidade de recarga, em média. Como todo modelo com esta motorização, sua autonomia pode aumentar bastante em algumas circunstâncias.
Com a estrutura de preços da cadeia automotiva e o Custo Brasil, os modelos da Tesla Motors, com preços entre US$ 40 mil a US$ 120 mil, não custariam menos de R$ 300 mil por aqui. Em suma, um brinquedo para os (muito) ricos.
Os consumidores do mundo todo desejam que sua tecnologia ganhe escala e se torne mais acessível nos próximos anos, especialmente no que concerne às baterias e capacidade de rodar sem recarregar – item de maior custo no veículo e determinante da autonomia.
Os automóveis, ônibus e caminhões elétricos são a nova esperança dos brasileiros para reduzir a dependência de combustíveis.
E POR QUE NÃO UMA MOTO?

Pessoas que não têm fácil acesso a transporte público e não precisam carregar passageiros e/ou carga durante a maior parte do tempo podem pensar em adquirir uma motocicleta como opção complementar e/ou substitutiva ao automóvel.
Nas grandes cidades, os custos de rodar em duas rodas costumam ser inferiores até mesmo ao de usar o transporte público. Outra vantagem consiste no menor tempo de deslocamento entre todos os veículos em ciclo urbano, manutenção barata e, claro, médias de consumo superiores a 35 km/l.
Moradores de cidades do interior, mais calmas, e/ou que circulam em vias sem pavimentação ou mal conservadas têm na motocicleta a melhor opção de transporte, pois possui melhor desenvoltura em relação aos automóveis e não sofrem com o trânsito pesado das grandes cidades.
A boa autonomia também ajuda a economizar em regiões de gasolina cara e pouco abastecimento. O hábito de estocar galões de gasolina é comum em áreas rurais e permite ficar semanas sem ir ao posto abastecer.
As desvantagens da motocicleta já foram exploradas à exaustão: maior exposição a roubos e acidentes, menor conforto, baixa capacidade de carga, seguro caríssimo em proporção ao valor do bem – quando aceita pela empresa – e críticas dos amigos e da família sobre os perigos de andar de moto.
CONFIRA AS 5 MOTOS MAIS ECONÔMICAS DO BRASIL – SITE QC VEÍCULOS
PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS, PREOCUPAÇÃO MUNDIAL
Desde o início da história do automóvel e com mais intensidade a partir das crises do petróleo, nos anos 1970, o preço dos combustíveis são fonte de grandes preocupações para toda a população mundial. Crises como esta ocorreram em todos os países com maior ou menor frequência.
Não é possível prever para onde vai o preço da gasolina, do etanol ou do diesel. A energia elétrica também está sujeita a passar por grande volatilidade de preços e prejudicar os proprietários de veículos elétricos. Exceto os pares de tênis e sapatos, nenhum veículo está livre de sofrer alguma contingência de circulação.
Então, conclui-se que não é possível evitar variações nos preços de combustíveis e energia, mas escolher o veículo mais adequado às suas necessidades está totalmente sob o controle do consumidor.
Como em toda e qualquer oscilação de preços, alguns tipos de veículos são beneficiados e outros saem em desvantagem. Este artigo inteiro foi sobre os modelos que saíram por cima com a redução do preço do óleo diesel.
Conhecer as opções disponíveis e manter a mente aberta para novas alternativas permite que o cidadão tenha maior liberdade de locomoção, gastando menos para fazê-lo. O ponto central gira em torno de compreender todos os fatores que o motorista pode controlar – escolha dos veículos – para superar aqueles fora de sua alçada – preços de energia.
Confira também 8 modelos para quem não quer esquentar a cabeça com carro e economizar dinheiro
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