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7 diferenças entre um GearHead e um motorista comum

Autoentusiastas enxergam o automóvel de uma maneira muito diferente do motorista comum, prestando atenção em detalhes que passam despercebidos aos leigos e priorizam fatores pouco lembrados pela maioria. Muito atentos a números, características técnicas, história do fabricante e/ou modelo e todas as minúcias possíveis, eles contrariam o senso comum em praticamente tudo.

Modelos valorizados pelos leigos, como Chevrolet Onix ou Toyota Corolla são desprezados pela maior parte dos gearheads, e modelos ignorados pela massa dos motoristas como VW Gol e Parati quadrados e Subaru Impreza têm fã clubes fervorosos entre os entusiastas.

Eles também cultivam alguns hábitos muito peculiares ao grupo, mas estranhos aos não-entusiastas. A lista abaixo relata oito deles:

1 – Eles decoram a ficha técnica de todos os carros

Potência, torque, aceleração de zero a 100 km/h, velocidade máxima, consumo urbano e rodoviário, comprimento, largura, altura, distância entre eixos, tração dianteira, traseira ou integral, turbo ou aspirado, número de estrelas no crash test, gramas de gás carbônico emitidos por quilômetro rodado, preço do seguro, revisões e peças, itens que sofrem mais falhas, desvalorização, e por aí vai. Os gearheads não colocam o pé na rua para ir atrás de carros sem saber de cor e salteado toda a longa lista de dados desse parágrafo.

Pergunte para um proprietário de um veículo a potência do motor e a maioria não saberá responder. Um apaixonado por carros responderá prontamente todos os dados de performance do automóvel deles e de todos os concorrentes.

Pergunte para o motorista comum o motivo pelo qual escolheu o modelo atual, e ele ou ela dirá que era bonito e/ou o preço eram bom e/ou tinha muitos equipamentos como tela multimídia e bancos de couro. Indague a um gearhead a razão de sua escolha e ele responderá que seu “possante” tem oito cavalos e dois quilos (kgf.m) de torque a mais que o segundo colocado na categoria, faz de 0 a 100 em 9 segundos,  recebeu cinco estrelas no teste de impacto da LatinNCAP, tem o seguro mais barato da categoria, 3% do valor do veículo,  e emite 98 g/km de CO2.

2 – O som de roncos de motor são o mesmo que ouvir música

Eles percebem claramente a diferença entre a sonoridade de um quatro cilindros, seis em linha, V6, V8 big block e small block e assim por diante. Não entende o que essa sopa de letras e números significa? Pergunte para qualquer petrolhead e ganhará uma aula grátis.

Ronco de motor é vida. Apaixonados por carros morrem de raiva ao ouvir o ronco chocho dos V6 sobrealimentados dos monopostos da Fórmula 1 atual e apelidaram os novos três cilindros dos modelos de entrada de “cortador de grama” e “treme-treme”, devido à vibração característica desse arranjo. Pessoas normais ficam alheias a sofrimento tão específico.

O vídeo abaixo, o qual parece apenas barulho de motor para as pessoas comuns, soa como música para um apaixonado por carros:

3 – Eles reconhecem os mínimos detalhes de cada modelo

Versões, rodas, calotas, acabamentos, equipamentos, cores, anos nos quais ocorreram facelifts, motorizações e tudo mais…os entusiastas sabem o ano, modelo, versão e motor do seu carro apenas de olhar para ele. Além disso, eles conhecem as mesmas características do antecessor, do predecessor e dos concorrentes do atual ocupante da sua garagem.

A regra vale tanto para modelos novos quanto antigos e clássicos. Conversando entre si, os entendidos travam longas discussões sobre qual foi o muscle car mais emblemático dos anos 60 ou sobre qual marca alemã premium oferece melhor acabamento e dirigibilidade. Também gostam de relembrar os diferenciais dos esportivos brasileiros dos anos 80 como Ford Escort XR3, VW Gol GTI e GM Kadett GSi, com riqueza de detalhes e impressões pessoais.

Apaixonados por carros apreendem detalhes sutis os quais passam despercebidos aos leigos.

4 – Carros antigos chamam mais a atenção do que os novos

diferenças entre gearheads e motoristas comuns
Para um petrolhead, o besouro da esquerda chama mais a atenção que seu irmão que acabou de sair da loja

Um Fusca bem cuidado chama mais sua atenção do que uma Mercedes-Benz C180 novinha em folha para os autoentusiastas. Via de regra, um automóvel chama a atenção pela sua diferenciação e raridade do que por preço alto, luxo, conforto ou status.

Um Opala 1972 impecável empolga mais um aficionado do que uma Toyota Hilux SW4 top de linha por um motivo muito simples: existem poucos Chevrolet 6 cilindros antigos e bem conservados em relação às caminhonetes modernas e luxuosas. Afora as memórias afetivas que pessoas que possuíram esses veículos no passado contribuem para fazê-los chamar a atenção, ao mesmo tempo no qual modelos atuais nada despertam.

Este outro artigo descreve 6 programas de índio que só os seus amigos GearHeads topam fazer.

5 – O design é apenas um detalhe

Se o modelo entrega boa dirigibilidade, o desenho sem sal fica em segundo plano. A excelência técnica fala mais alto para os apaixonados por carros. Carros sem atrativos estéticos, mas que entregam desempenho destacado, como o Subaru Impreza WRX ou VW Santana 2.0 AP preparado e rebaixado, chamam mais a atenção dos entusiastas em relação a um Honda Civic ou um Peugeot 208 novos e sem modificações.

Um estudioso de automóveis em busca de um carro resistente, econômico e cumpridor  para o trabalho e/ou rodar longas distâncias valoriza mais um Toyota Etios do que um Hyundai HB20. Ao passo que o coreano fabricado em Piracicaba é aclamado pelos motoristas leigos devido ao seu belo design, o japonês sofre rejeição devido à sua estética digna de modelo chinês.

Em oposição, o lado racional dos gearheads mão-de-vaca faz a balança pender para o lado do Toyota, o qual oferece custos de manutenção e seguro baixos e notável economia de combustível, entregues com amplo  espaço interno e porta-malas enorme na versão sedã.

O modelo renegado pelo consumidor padrão devido ao design recebe elogios dos entusiastas caçadores de economia e racionalidade.

6 – Eles passam o tempo garimpando carros usados nos sites de compra e venda

Autoentusiastas adoram futucar sites de comércio de veículos como WebMotors, Mercado Livre, OLX e GT40 apenas para matar o tempo e se divertir, sem intenção alguma de fechar uma compra. Pessoas comuns procuram tais páginas apenas quando desejam comprar ou vender um carro, sentindo pouco ou nenhum prazer algum nisso.

Gearheads procuram todo tipo de modelo, desde os clássicos até os superesportivos mais desejados, passando por carros baratos e malconservados e aqueles mais comuns, os quais eles dirigem no dia-a-dia. Mesmo sem intenção alguma de comprar um parafuso sequer, passam horas olhando tudo o que podem.

Frequentar sites de acessórios de preparação, estética e tuning também fazem parte de sua rotina, mesmo que não tenham um carro para chamar de seu.

Além deste passatempo muito característico, eles também têm outros 7 passatempos que apenas amigos GearHeads entendem.

7 – Marcas de carros são como times de futebol

OPALEIROS VS APZEIROS
Opaleiros X APzeiros, o Palmeiras X Corinthians do mundo automotivo!

APzeiros, Opaleiros, Toyoteiros, Hondeiros, Fordistas, Chevistas, Mareeiros, Fiateiros, Bimmer Brothers e inúmeras outras “tribos automotivas” tornam marcas de carros em objeto de culto e devoção como times de futebol. Frequentemente, a apologia a determinadas marcas e modelos provoca cegueira entre seus defensores, os quais recebem a pecha de fanboys (saiba quem são neste link), protagonizando as contendas mais insanas dos fóruns sobre carros.

Um motorista comum jamais entenderá a paixão por uma marca ou modelo de carro, pois os enxerga como mero meio de transporte. Assim como aficionados por informática se digladiam sobre qual o melhor sistema operacional (Windows, Android ou iOS), se o Playstation 4 é melhor que o XBOX One ou se  os quadrinhos da Marvel são melhores que os da DC Comics.

Gearheads riem de piadas sobre o Marea e dos memes sobre o Uno com escada no teto. Motoristas comuns dirão que são apenas carros velhos.

8 – Eles curtem carros diferentes que passam em branco para os demais motoristas

diferenças entre gearheads e motoristas comuns
Peruas como estas chamam muito a atenção dos apaixonados por carros

Pessoas comuns buscam automóveis para levar do ponto A ao ponto B, preferindo modelos mais modernos e sem extravagâncias. Os apaixonados por carros podem até utilizar um deles no dia-a-dia, mas apreciam mesmo os exemplares “fora da caixa” como as peruas da imagem acima.

Petrolheads valorizam o raro, o diferente e o pitoresco. Torcerá o nariz para um GM Onix 1.0 branco ou um Nissan Kicks e vibrará com uma BMW 540i 1997 ou um Ford Maverick 1976. O mesmo desprezo que mostra para um Honda HR-V se torna admiração por um Jeep Willys da década de 60. Acham o Mini Cooper 2017 uma piada, ao mesmo tempo em que o 1967 é um mito.

Em suma, quanto mais exótico e fora da curva, mais o gearhead gosta.

CABEÇA DE GEARHEAD FUNCIONA AO CONTRÁRIO

Enquanto o motorista comum busca um carro bom, bonito e barato, o entusiasta busca um modelo veloz, diferente e empolgante. Se é popular, sem graça ou lento, não serve para ele. Se há um em cada esquina, também não. Não basta ser belo, rápido e popular, tem que ser diferenciado e exclusivo.

Enfim, o entusiasta deseja um carro fora-de-série e que poucos possuam. Não faz mal que quebra muito, gasta muito combustível e a suspensão é dura como pau. Como eles dizem, se quer conforto, compre um sofá.

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  1. Pingback: Amigos GearHeads

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